ADEUS 2017

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Não estou aqui para falar bonito, pelo contrário, nem tentarei. Estou aqui porque preciso dizer todas essas coisas que estão na minha mente para poder desapegar e esquecer. Restam 6 horas para que esse ano de qualidade duvidosa acabe e acho que não há ninguém mais ansiosa do que eu. 

O que podemos dizer de você, hein, 2017? Um dos piores anos da minha vida, com certeza. Quando perdi de ano, comecei a me cortar em decadência disso e tive episódios depressivos. Uma bola bosta, podemos dizer, certo? Mas isso é passado, aconteceu há algum tempo já. Uns 4 meses que estou bem e posso dizer que deixei toda essa merda para trás. Chega de sentir raiva de mim mesma, chega, chega, chega! Não quero ser mais este tipo de pessoa, quero mudar, me encontrar e acho que venho fazendo um bom trabalho nessas últimas semanas. Estou sendo a pessoa que quero ser, estou feliz e é isso o que importa, mas ainda há alguns demônios que preciso deixar para trás e, por isso, vim aqui me despedir. 

☼ Carta para: a mãe da minha melhor amiga


Olá, Andréia! Boa noite! Agora vamos parar com as formalidades, certo? Eu sei que você me odeia. Então vamos parar com os fingimentos. Eu sei que você me odeia pela ideia de mim que criou em sua cabeça. Eu sei que você me odeia, pois pensa que eu desvirtuei sua filha do caminho cristão ou sei lá. Eu sei, eu sei. Por isso, não vamos fingir, por favor, não vamos dar sorrisos falsos toda vez que eu entrar em seu carro ou forçar uma conversa porque eu sei que você não quer nada daquilo, na verdade, quer que eu esteja bem longe dali, bem longe da sua filha. Só peço que me diga uma coisa: o que eu fiz de tão errado?
Eu transformei sua filha em uma lésbica que gosta de coreanos gays? Quando, naquela época, eu mesma ainda era uma menina de 15 anos assustada com a descoberta de sua própria sexualidade e tinha medo de falar “eu gosto de meninos e meninas” e que lutava contra sua própria homofobia interna?
O que eu fiz de errado? Me apaixonei por uma garota? Dei uns selinhos em algumas garotas meses depois de tudo? É isso o que fiz de tão errado? É por que eu não sou cristã? Ou não tenho religião alguma? Você deve pensar de mim como uma desvirtuada, pecadora porque eu não sou nada do que você acha que é certo. Me desculpe, tá bom? Por ser uma adolescente e experimentar coisas. Peço desculpas por Jessica e por ela também ter tentando coisas novas. Mas a partir do momento em que essas coisas fugiram da sua concepção do correto, virou um problema, né? Você deveria parar de fazer Jéssica viver como você quer e tentar deixá-la viver à sua própria maneira. Olha, eu vou te tranquilizar: ela é hetero, totalmente. Até porque você negou a ela até o direito de descobrir o que não é.
E se eu sou a errada da história, então você é a certa? Você que vasculha os cadernos dela à procura de qualquer indício de ela a estar a desobedecendo? Você que invade a privacidade dela só porque você é a mãe e tem esse direito? Me desculpe, você não tem. Sabe do que a gente conversa na maior parte do tempo? Sobre esses coreanos aí, mas não suas sexualidades ou qualquer coisa do tipo, até porque Andreia eles também são homofônicos para caralho. A gente fala disso porque é o que gostamos e o que nos fez nos aproximarmos.
Jessica não é uma boneca cuja vida segue da maneira que a dona quer, ela tem vida própria escolhas próprias. Olha, você é uma ótima mãe quando não está machucando a sua filha. Sabe quem tá lá para ouvi-la chorar porque a mãe está a deixando doente mentalmente? Eu. Eu mesma. Aquela que você odeia. Aquela que foi umas das primeiras amigas de verdade dela. Por que antes do nosso grupo, ela não tinha ninguém além de amizades superficiais e falsas.
Mas olha, me desculpe por não ser quem você quer. Você não precisa gostar de mim, eu não sou a sua amiga. Mas Jessica realmente não está fazendo nada do que você considera errado, então por favor, a deixe em paz, ela é uma adolescente e ainda vai errar muito na vida, mas isso faz parte. Me diz: você nunca errou? Sempre foi perfeita? Eu duvido.
Mas se você quer me odiar, beleza, vai em frente. Nem todos poderão gostar de mim. Contudo, se você for mesmo fazer isso, por favor, odeie aquilo que conhece e não o conceito que você pensa que tem de mim, pois o meu verdadeiro eu, ah, você não tem ideia.


Os nomes utilizados são fictícios, mas sim, a história é verdadeira, é algo que estou lidando e tá me incomodando bastante. Desculpem por ter sumido, eu simplesmente estive muito ocupada com o colégio - que basicamente é de tempo integral - e eu também não estava conseguindo e nem tinha vontade de escrever nada. Tentarei postar aqui sempre que der. Obrigada beijos!  ♥

☼ vida diária: o reflexo de quem eu não sou


Eu me sinto vazia, desse jeito mesmo que você está pensando. Sem conteúdo e insípida. Só sei repetir discursos cujos significados muitas vezes desconheço somente por ser o que as pessoas querem ouvir: a opinião revolucionária.

Às vezes, eu não tenho ideia do que está ocorrendo a minha volta, mas eu reproduzo o discurso que eles querem ouvir.

Quem eu era há um ano? Com certeza uma pessoa com atitude e opiniões próprias. Onde está essa Luísa? Pois eu não a vejo mais.

Hoje eu cansei.

Antes eu tinha sede de saber, procurava me informar, ler. Hoje, se as pessoas com quem eu ando pensam x, então eu pensarei o mesmo. Tenho saudades da menina que colocava batom vermelho nos lábios e saia gritando discursos feministas e empoderados na sala de aula. Hoje, eu simplesmente dou risada (forçada, só para constar) e digo "é né". Nem se parece com a pessoa que há um ano exclamava com orgulho: "sim, eu sou puta".

Muitas mudanças positivas ocorreram neste ano que se passou, isso é um fato que nunca negarei, mas muitos defeitos se apossaram de mim também e eles estão me impedindo de crescer.

Eu sempre fui uma aluna preguiçosa e desorganizada. Mas, pelo menos, eu buscava me informar depois, eu corria atrás e fazia alguma coisa. Hoje, eu não faço nada. Literalmente nada, nem ao menos prestar atenção nas aulas eu consigo. Meu boletim está uma vergonha.

Como eu me tornei o tipo de pessoa que não consegue se importar com nada?

Eu pergunto a mim mesma: será que estou com algum problema? É o colégio? É a vida? É a família?
Quem é essa garota que vive trancada no quarto e não consegue conversar com mais ninguém? Que prefere perder amizades e se afastar a ter que abrir a boca para puxar um assunto?

Quem é essa garota que vejo no espelho agora? Ela sou eu de cabelo mais curto e crespo, com mais espinhas e olheiras profundas. Além dessas mudanças, eu continuo a mesma. Meu peito não cresceu mais, continuo roendo minhas unhas, continuo tendo cólica nos primeiros dias da menstruação. Eu ainda sou eu, mas isso o que enxergo não se parece comigo.

Eu queria poder apertar o botão de reiniciar, volta lá no tempo e fazer as coisas diferentes. Eu queria poder evitar perder a essência do meu ser, pois eu não estou feliz com a minha vida no momento. Não me sinto feliz de machucar tanto os outros quanto a mim mesma. Eu preciso desesperadamente começar a me importar com alguma ou então só poderei temer o dia em que esse desânimo acabará com a minha vida já que nada me importa mesmo.


este é o primeiro de uma série de textos que retratarão como eu me sinto no dia a dia.

☼ Primeira postagem + Tag: 7 Pecados Literários


Olá, amores! E para a primeira postagem do Intimorato, estou trazendo uma tag que achei bem interessante e diferente sobre livros, que tive que responder bem rapidinho, pois estou com sono e ao mesmo tempo ansiosa para começar este blog logo. Na verdade, eu tinha outra coisa planejada para postar e já estava quase finalizando quando mudei de ideia. Essas coisas me acontecem mais do que eu gostaria, mas o que fazer quando se é uma pessoa muito indecisa? E olha que eu nem tenho nada de libra no meu mapa.   

Como está sendo o carnaval de vocês? Minha semana está sendo horrível! Fiquei doente logo no primeiro dia do recesso e eu tinha planejado tanta coisa: estudar física e eletrônica ou então tenho grandes chances de perder de ano e se isso acontecer eu vou ficar muito triste. Entretanto, essa minha gripe, acho que foi o que tive, tirou minha vontade de viver e acabei não fazendo nada. Nem tenho amigos para conversar porque todos estão viajando e eu aqui comendo brigadeiro de panela (não estou reclamando dessa última parte, claro). Espero que vocês estejam melhor do que eu.

Espera um pouco, antes de começar a postagem eu tenho que falar sobre o que é esse novo blog e por quê eu o criei, certo? Para começar, a url do meu antigo blog me incomodava muito e só por causa dela eu perdia a vontade de continuar com ele. Vamos ser sinceros, aquele nome é uma bela bosta e foi criado por uma Luísa de 12 e 13 anos, uma pessoa totalmente diferente de quem sou agora, então não fazia mais sentido continuar lá. Fora que eu já não tinha mais um rumo para aquele blog, na minha cabeça criar outro blog é começar de novo, me reinventar, por isso o Intimorato é uma versão melhorada do Kosmos. Ele é o meu revival, galera.

Eu já estava querendo me mudar há um tempo, há uns anos, na verdade, mas só criei a coragem agora. Mudar de blog significa perder os seguidores e os acessos e eu tinha medo disso, pois o Kosmos estava finalmente crescendo. Foi preciso ser corajosa para me desvincular do blog, pois é um espaço tão especial para mim, foi onde tudo começou. E é sobre isso que é o Intimorato, ele vai me ajudar a crescer, a me desmembrar de certas coisas, a amadurecer e eu espero que vocês estejam nessa comigo. Eu e o blog cresceremos juntos, sem medo. Agora vamos a postagem?